Fato tem se tornado comum e sargento da corporação cobra Centro de Zoonose em AF
Por Arão Leite
Alta Floresta/MT – Um choro por pedido de socorro. Assim entenderam um garotinho e seu irmão ao encontrarem um cachorro ao lado de uma pista. O animal agonizava o tempo inteiro, gemia e as crianças, de 12 e 10 anos resolveram então ligar para o Corpo de Bombeiros. Alguns minutos depois, não satisfeitos, pegaram um saco plástico e levaram até a sede da companhia militar que fica a cerca de mil metros do local no acidente na Perimetral Rogério Silva em Alta Floresta. Quem estava a frente da Guarnição de plantão era sargento Luiz Fábio. O militar em horas vagas é também militante de uma ‘luta’ contra os maus tratos a animais e diz que a cada se torna mais comum pessoas deixarem cachorros atropelados na corporação ou ligarem pedindo apoio.
Ao lado de jornalistas, o sargento da 7ª Companhia Militar aproveitou para fazer um apelo à Câmara de Vereadores e outras autoridades políticas do município sobre a possível efetivação de um centro de zoonose, um local apropriado para esse tipo de situação e até mesmo acolher animais abandonados nas ruas. “Há poucos dias já recebemos um animal (cão) também atropelado. As vezes temos entidades e veterinários que dão total suporte voluntariamente, mas em boa parte dos casos tem custos. Eu, sensibilizado com a situação daquele cachorro, assumi a responsabilidade. Mas tem se tornado comum muitos casos semelhantes e não podemos”, disse sargento.
O cãozinho levado pelos garotos apresentava possíveis fraturas em duas patas. “Se não conseguirmos alguém que fique sensibilizada assim como esses garotinhos, não poderemos nos responsabilizar pelo tratamento. Não temos como”, comentou ao não descartar que, se não fosse encontrada alternativa, o cãozinho filhote com certeza acabaria morrendo. “Mas a gente não quer que ele morra. Por isso trouxemos aqui”, resumiu o pequeno Gabriel, de 10 anos.