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sábado, 6 julho, 2024

ARROZ INDIGESTO: Governo suspende leilão e quer acordo com agro sobre preços

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João Gabriel
Da Folha Press
O Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) suspendeu o leilão do arroz por tempo indeterminado e negocia com o agronegócio um acordo para controlar os preços do produto.
“Estamos com o edital pronto, mas os preços cederam e acho prudente monitorar [a situação] antes de qualquer ação de compra”, afirmou à reportagem o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
Mais cedo, na terça-feira (3), Fávaro anunciou à Globonews a suspensão do leilão. A ideia é retomar a ideia apenas caso o preço aumente. Agora, os ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, junto com a Conab (Companhia Brasileira de Abastecimento), negociam a assinatura de um termo de compromisso para que, em locais onde aconteça um eventual desabastecimento, o setor se comprometa com o envio de mais produto, para evitar que o preço suba.
Internamente, membros do Governo já tinham se posicionado contra o leilão, mesmo antes de sua realização, sob o argumento de que não havia indícios de que as chuvas no Rio Grande do Sul causariam falta de arroz.
Pelo contrário, os indicadores apontavam que, com a colheita já realizada naquele momento, a oferta do produto estava garantida, segundo um integrante da Agricultura.
Também na terça, estava prevista a participação do ministro Paulo Pimenta (Reconstrução do RS) e do ex-diretor da Conab, Thiago José dos Santos, na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados.
Ambos, no entanto, cancelaram sua participação. Agora, o grupo estuda convocar Pimenta, antes apenas convidado, para prestar explicações sobre o caso.
O leilão foi uma iniciativa do Governo Lula após a tragédia socioclimática das chuvas no Sul do país, que concentra a maior parte de produção do arroz no Brasil.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, das quatro empresas vencedoras, uma era uma loja de laticínios e outra tinha como sócio um empresário que já havia confessado o pagamento de propina para conseguir licitações públicas.
O leilão foi duramente criticado pela oposição ao governo e pelo agronegócio, e depois, anulado pelo governo.
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, foi demitido, junto com outros membros da pasta e da Conab ligados ao leilão.
Geller diz que o leilão foi um erro político – mas não dele.
Em sua visão, as denúncias tomaram uma grande proporção justamente para atingi-lo.
Após sua demissão, Geller afirmou que não teve responsabilidade sobre o leilão, porque não atuou em sua elaboração.
Ao contrário do que alegou o ministro Carlos Fávaro à época, ele afirma que não pediu demissão do cargo e que, na verdade, seu ex-superior não lhe atendeu quando tentou corrigir a informação sobre a saída da pasta.
“A forma com que foi conduzido [o leilão para a importação de arroz] foi um equívoco, gerou uma reação muito forte da oposição e do setor produtivo, instabilidade no Congresso. Se eu pedisse demissão, estaria assumindo uma parcela de um erro político que não é meu”, disse à Folha de S.Paulo após deixar o cargo.

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